O mercado imobiliário no Brasil é acompanhado de perto por milhões de pessoas. Afinal, como se sabe, o imóvel é um ativo preferencial por grande parte do público quando o assunto é investimento, sendo considerado uma espécie de reserva de valor por muitas famílias.

Com a pandemia, a configuração desse mercado foi significativamente abalado. Obras em construção sofreram atrasos, houve um aumento significativo nos preços de vários insumos, consumidores adiaram suas decisões de compra, mudanças ocorreram em relação às preferências do público, entre muitas outras alterações significativas.

Para quem atua no mercado imobiliário como corretor, resta acompanhar a evolução dos cenários, na tentativa de se reposicionar da melhor forma possível e oferecer um serviço condizente com as expectativas do público. Para ajudá-lo nesta missão, preparamos um conteúdo exclusivo para analisar as principais perspectivas para 2023. Continue a leitura e saiba mais.

O mercado imobiliário está em recuperação?

Depois do início de uma recuperação consistente no ano de 2021, o ano de 2022 pode ser considerado positivo em termos de volume de negócios. De acordo com estimativa da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), o Valor Geral de Vendas (VGV) deve encerrar este ano em cerca de R$ 99 bilhões no país. Para termos uma comparação, em 2020, o valor foi de R$ 88 bilhões.

Outro dado interessante pode ser observado na divulgação da Sondagem Indústria da Construção, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com apoio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Em 2021, o setor da construção registrou o maior crescimento nos últimos 10 anos. Além disso, o nível de atividade médio da construção atingiu 50,4 pontos no terceiro trimestre desde ano, o melhor índice para o período desde 2010.

Para 2023, talvez não tenhamos um crescimento tão acelerado, mas a expectativa do mercado é de manutenção de patamares razoáveis de crescimento.

Quais as principais tendências para o mercado imobiliário em 2023?

Vejamos, então, quais são as principais tendências para o mercado imobiliário em 2023.

1. Novo perfil de consumidor

Uma tendência já bastante consolidada e que tende a se aprofundar nos próximos períodos diz respeito ao perfil do consumidor. Isso porque, após a experiência do isolamento social, tivemos alterações significativas no conceito de morar.

As pessoas passaram a dar novos significados a espaço onde vivem, investindo em uma melhor organização das acomodações ou optando por imóveis mais adequados às suas necessidades. Quem aderiu ao home office, por exemplo, identificou a importância de contar com um ambiente suficientemente equipado e planejado para trabalho.

Ao mesmo tempo, em função ao período estendido no qual as famílias permaneceram em casa, os espaços destinados a lazer e confraternização também vem ganhando destaque. Há quem não abra mão de acomodações com essa finalidade.

2. Imóveis distante dos centros urbanos

A opção por imóveis distantes dos centros urbanos é mais uma tendência trazida a reboque da pandemia. Movidas pelo desejo de uma vida com mais contato com a natureza e longe dos problemas das cidades, milhões de famílias passaram a investir em imóveis em zonas rurais ou em condomínios situados em regiões metropolitanas.

A propósito, podemos falar em um verdadeiro “boom” de imóveis com esse perfil. Não por acaso, chama a atenção o número de novos empreendimentos em condomínios situados em regiões, até então, consideradas remotas pelo mercado imobiliário.

3. Empreendimentos com área de lazer

Os empreendimentos com área de lazer são cada vez mais acionados pelas famílias brasileiras nas grandes e médias cidades. Afinal, devido ao preço médio elevado do m² nessas localidades, essa é a opção que resta para quem deseja usufruir de um ambiente ao ar livre.

Para equipar esses espaços, as incorporadoras vêm apostando em área com piscina, playground, hortas comunitárias, quadra de esportes, entre outras inovações, como infraestrutura com brinquedos para pets.

4. Tecnologia

Se a tecnologia já cumpre um papel importante nas transações imobiliárias, é certo que essa será uma tendência ao longo dos próximos anos. Já temos contratos sendo assinados digitalmente, o compartilhamento de vídeos de imóveis para avaliações, assim como vistorias feitas de maneira remota. De forma combinada, tudo isso representa uma facilidade e tanto para quem deseja alugar, comprar ou vender um imóvel.

5. Aluguel sem fiador

O Brasil conta hoje com a maior taxa de inadimplentes da história. Segundo informa a Serasa Experian, são 68 milhões de negativados junto aos cadastros de proteção de crédito.

Em um cenário como esse, resta ao mercado imobiliário se readequar. Uma alternativa é a celebração de contratos de aluguel sem fiador, no qual locatário conta com a opção de contratar um seguro garantia. Nesses casos, a apólice poderia ser utilizada para ressarcir o locador em caso de inadimplência.

Esse serviço pode ser contratado junto a bancos e seguradoras, sendo de fácil adesão e muito menos burocrático do que acionar um fiador. A propósito, devido ao atual momento da economia, está cada vez mais difícil encontrar pessoas que se disponham a assumir este papel, o que impacta as transações imobiliárias.

6. Imóveis usados

Os imóveis usados, devido ao seu valor de mercado, também podem ser encarados como uma tendência para 2023. Quem adere a essa opção geralmente tem em vista uma reforma ou pequenos reparos capazes de qualificar a experiência de morar. Esse trabalho pode ser feito a partir de projetos de baixo orçamento ou com matérias de preços acessíveis, o que representa mais uma vantagem financeira para quem compra.

Além de se tratar de uma alternativa para tempos de crise, muitas pessoas optam por imóveis usados ou antigos com a intenção de usufruir de espaços mais amplos. Como de costume, as plantas de habitações de décadas passadas costumam contar com uma metragem mais estendida em comparação aos mais modernos.

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